A rede bolsonarista vem a dias tentando defender o ex-ministro da educação Abraham Weintraub (aquele que escreveu "imprecionante" e que perdeu mais de 1 bilhão de reais para a educação básica por não ter sido capaz de ter mandado um projeto para destinação das verbas em tempo hábil) que corre o risco de perder o seus direitos políticos.
Weintraub aliás, vem a algum tempo fazendo propaganda eleitoral antecipada, o que é irregular. Seus defensores alegam que ele está sendo investigado injustamente por ter dito que "há drogas nas universidades federais". Na verdade não é por isso. Até porque bolsonaristas como ele e os seus seguidores nem sabem o que é verdade.
Weintraub está sendo investigado porque, enquanto ministro da educação ele declarou que havia PLANTAÇÕES DE DROGAS em universidades. Algo que ele não provou pelo simples fato de não existir. Haver usuários de drogas e eventualmente pessoas que vendam drogas em universidade é uma coisa. Agora, um ministro da educação afirmar que há plantações de drogas em universidades sem prova é bem diferente.
Venda de entorpecentes acontece em muitos lugares, inclusive frequentados pela elite como clubes, condomínios fechados, praias paradisíacas e festas caríssimas. Tentar colocar esse rótulo num ambiente de construção do conhecimento é só mais uma tentativa de impor o obscurantismo a toda sociedade.
A África do Sul
foi colonizada por holandeses e ingleses no século XIX. Vários povos já
habitavam a região, como os zulus. Os ingleses estabeleceram domínio completo
sobre a região, que se tornou independente do Império Britânico pouco tempo depois
do fim da Segunda Guerra Mundial.
A palavra
“apartheid” significa separação em africâner, língua falada apenas na África do
Sul e Naníbia que é fruto da mistura do holandês, inglês, línguas africanas
locais e de trabalhadores asiáticos que foram para a região. O sistema racista
foi criado na África do Sul por Hendrik Verwoerd líder do Partido Nacional em
1948. Os negros, maioria da população, foram excluídos da política, proibidos
de se casarem com pessoas de outras etnias, ficaram com as piores terras,
empregos, foram alocados em bairros distantes das áreas centrais das grandes
cidades e sem nenhuma infraestrutura, não tinham ensino gratuito garantido, e
não podiam dividir os mesmos espaços públicos com brancos como hospitais e até
mesmo calçadas. Para garantir essa dominação, os brancos sul-africanos usavam
de extrema violência, criando poderosas polícias e exército para combater
qualquer tipo de protesto.
Mesmo nesse
cenário repressivo, os negros reagiam aos abusos. O Congresso Nacional Africano
(CNA), instituição criada em 1912, serviu para organizar protestos. Um jovem
advogado, chamado Nelson Mandela se destacou nessas manifestações e começou a
ser perseguido pela polícia e pela Justiça sul-africana branca. Os episódios de
violência foram aumentando e em 1960 ocorreu o Massacre de Shaperville, quando
69 pessoas foram assassinadas durante um protesto em frente a uma delegacia.
Após este fato, membros da CNA aderiram ao terrorismo para tentar derrubar o
governo racista. Mandela, junto com outros foi preso e em 1962 condenado a
prisão perpétua.
A Organização
das Nações Unidas (ONU) tentou punir a África do Sul com boicotes, mas vários
países não cumpriram o que foi votado. Além disso, a África do Sul tinha muitos
recursos naturais e era o único país industrializado da África o que lhes dava
certa autonomia.
Mesmo com
Mandela preso, a violência do governo branco continuou e a resistência também.
Em 1976 por exemplo ocorreu o Levante de Soweto quando crianças e jovens
fizeram um protesto contra a péssima qualidade das escolas para negros, e que
ainda por cima eram pagas, enquanto que as escolas para brancos eram públicas e
gratuitas. Além disso, o governo branco sul-africano queria obrigar os negros a
aprenderem o africâner ao invés do inglês. A polícia reprimiu a manifestação
que terminou com 95 mortos de forma oficial, embora alguns apontem que podem
ter morrido cerca de 700. A foto do jovem Hector Pieterson de apenas 13 anos
ensanguentado sendo carregado por um colega se tornou o símbolo do massacre.
Com a Guerra
Fria chegando ao fim, a perda de apoio de importantes aliados como Portugal e
Argentina e aumento dos protestos tanto da África do Sul como em outros países,
o governo branco da África do Sul iniciou negociações. Em 1990 Mandela e outros
prisioneiros foram libertados e a CNA foi legalizada. Em 1992 foi feito um
plebiscito somente com a participação de brancos onde 69% dos participantes
aceitaram o fim do apartheid. Em 1994 ocorreram as primeiras eleições livres da
África do Sul e Nelson Mandela foi eleito presidente.
Foi estabelecida
a igualdade jurídica entre negros e brancos, porém a estrutura econômica
continuou sendo praticamente a mesma, pois não ocorreu a transferência de
riqueza dos brancos para os negros por meio de taxação de grandes fortunas ou
uma reforma agrária profunda. O resultado é que mesmo após o regime racista, a
África do Sul é um dos países mais desiguais do mundo.
Dentro da
espiral de loucura anticomunista e disparos em massa de fake News, políticos supostamente
com novas ideias, intitulados de “Nova política” ganharam espaço inimaginável.
Muito se fala do fenômeno Bolsonaro, mas provavelmente a vitória mais
inesperada na esteira da “Nova Política” foi de Romeu Zema ao governo do estado
de Minas Gerais, 3º mais rico, 2º mais populoso e o 1º em número de municípios
pelo Partido Novo.
Durante a
campanha eleitoral ele mostrou desconhecimento sobre o funcionamento da máquina
estatal além de uma extrema insensibilidade. Alguns exemplos:
·Não sabia o que
era Fundação Ezequiel Dias (FUNED), instituição pública centenária responsável
pela fabricação de medicamentos;
·Falou que era
bom de se investir no Norte e no Vale do Jequitinhonha pois, “era possível
contratar uma empregada doméstica a R$ 300,00”;
·Não sabia o que
era a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (CODEMIG), responsável pelo
desenvolvimento, principalmente do setor industrial de Minas Gerais desde 1957;
·Escola pública
receberia “dinheiro demais”;
·Apoiou Bolsonaro
ainda no 1º turno, sendo que o seu partido tinha candidato à presidência (João
Amoedo).
Logo que
assumiu, passou a defender a privatização da Companhia Energética de Minas
Gerais (CEMIG), empresa pública que gera lucros consideráveis para o estado.
Ele chegou ao ponto de gravar um vídeo patético em 2019 ao lado do então
presidente da empresa, Cleodorvino Belini onde ambos diziam que se não houvesse
a privatização, o povo mineiro iria sofrer com apagões. A empresa vem sendo
sabotada. Inclusive investimentos irrisórios que poderiam viabilizar
investimentos não vem sendo feitos, mesmo com verbas para isso. Se recusa a dar
aumentos salarias para os servidores, incluindo os profissionais da educação e
da saúde, guerreiros durante esta pandemia, mas concedeu aumento para os
policiais do estado. Sobre isso recomendo que pesquisem no Google sobre uma
investigação contra Zema por uma acusação de abuso infantil e como isso foi utilizado
por políticos da bancada militar...
Como bom
bolsonarista, ao mesmo tempo em que adota de forma tímida medidas restritivas,
já chegou a elogiar o “tratamento precoce” contra a COVID. Zema, que durante a
campanha eleitoral sempre se colocou como um grande gestor à frente ao Grupo
Zema, fez dois acordos lesivos às finanças do estado. Aceitou receber do
governo federal R$ 8,7 bilhões como compensação pela Lei Kandir. Parece muito,
mas cálculos de auditores e do governo anterior estimavam entre 60 e 135
bilhões de reais os valores devidos. Também fez um acordo com a Vale de R$ 35
bilhões por causa do desastre de Brumadinho, sendo que o valor inicialmente negociado
era 70 bilhões. Se isso é uma boa gestão, imaginem uma ruim.
Bolsoburro (ou "Bolsojênio"): sabe mais que todo mundo (professor de História, Médico, Jornalista, Economista, Engenheiro, Bioquímico, Advogado, etc), mesmo tendo pouco grau de escolaridade e nunca tendo lido sequer um livro na vida. Suas fontes de informações são o zap zap, Facebook, Twitter, Parler, Bom Perfil, Telegram, doidinhos de Youtube e "professores" como Olavo de Carvalho, que assim como eles só estudou até a 4ª série. Quando são confrontados com a realidade chamam quem tenta esclarece-los de burros ou analfabetos. Não vale a pena tentar explicar nada para esse tipo de gente.
Bolsonazi: são aqueles que se orgulham de serem racistas, machistas, homofóbicos e xenófobos. Com esses o único diálogo possível é com a atendente do 190, pois são caso de polícia.
Boloressentido: geralmente homem que fracassou em tudo na vida. Já tem mais de 30 anos e vive encostado nas aposentadorias do pai e da mãe, não raro ex-servidores públicos. Seus fracassos NUNCA são sua culpa. É do governo que cobra muitos impostos e dificulta da vida de "empreendedores", são dos servidores públicos "parasitas", dos "cotistas", das "feministas" e por aí vai. Gostam de líderes que passem a mão em suas cabeças infantilizadas. Por isso não vale a pena também perder tempo com este grupo.
Bolsoportunista: geralmente são os fazendeiros, meia dúzia de industriais que se acha esperto, financistas, banqueiros, políticos fisiológicos e comerciantes de pequeno a grande porte que sempre lambem a sola de quem estiver no poder, INDEPENDENTE DO PARTIDO. Basta pesquisar os vários baba-ovos do Fernando Henrique Cardoso que apoiaram o Lula e hoje apoiam o Bolsonaro.
Bolsoevangélico ou Bolsocatólico: são religiosos hipócritas ou então manipulados por pastores e padres oportunistas. Com estes ainda vale tentar argumentar, mas sem estresse e sem perder muito tempo. Sentiu que não está aberto ouvir, deixa de lado. A realidade do desemprego e muitas vezes até da fome vai fazê-lo cair na real.