Alguns políticos de direita defendem que a volta às aulas tem que ocorrer mesmo sem a vacinação dos professores, de que a saúde mental das crianças e adolescentes estaria comprometidas entre outras alegações. Na verdade, além de atenderem ao desejo de empresas privadas do setor educacional, essa pressão faz parte de um projeto maior de obscurantismo e ódio aos professores.
O início deste
projeto é o Escola Sem Partido, fundado por Miguel Nagib e que incentiva o ódio
aos professores como forma de intimidação. Os apoiadores da iniciativa, alegam
que os estudantes, principalmente de escolas públicas, seriam vítimas de
“doutrinação política” e “ideologia de gênero”. Na verdade o que os incomodam é
a luta contra o racismo, o debate crítico sobre diferentes formas de pensar,
diferentes práticas religiosas, o preconceito contra homossexuais e a
desigualdade de gênero. Eles desejam uma visão única, mantedora do status quo da desigualdade social, onde
negros e mulheres, embora maioria fiquem subjugados e um monopólio do cristianismo
nas escolas. Agora alegam se preocuparem com as condições de saúde das crianças
na pandemia, parece que não pensavam nisso até pouco tempo atrás, já que
Educação Sexual para eles deveria ser ensinada pela família, justamente o local
onde acontecem muitos abusos contra crianças e adolescentes. Além disso,
membros deste movimento militam contra a educação pública, como a deputada Bia
Kicis, uma das poucas a votarem contra o novo FUNDEB.
Os professores, que
já estão trabalhando à distância, agora tem que aguentar serem taxados de
“vagabundos” por esse mesmo grupo que apoia o presidente da república,
possivelmente o maior responsável pela onda obscurantista e por um alto número
de mortes por COVID que o país atravessa.