Paulo Dias de
Novais foi o 1º português a chegar na região, junto com comerciantes e
jesuítas, alegando querer estabelecer laços comerciais com o reino de Ndongo.
Ele recebeu autorização do avô de Njinga para ficar no reino. Ele percebeu a
organização do local, além do domínio de técnicas agrícolas, de metalurgia e de
criação de gado. Também se envolviam no comércio. 5 anos depois ele voltou para
Portugal prometendo trazer tropas para combater uma tribo rival.
Em 1575 ele
voltou com tropas, mas não para ajudar, mas sim conquistar. A invasão é bem
sucedida. O litoral passa para o comando português e é fundada a cidade de
Luanda. Muitos habitantes de Ndongo fogem para o interior e os portugueses vão
atrás.
Alguns anos
depois, ainda em cenário de guerra, nasceu Njinga. Ela aprendeu a ler e
escrever com missionários e teve um filho assassinado pelo próprio irmão, temeroso
de perder o poder.
Enquanto isso,
os portugueses se aliaram aos Mbalangas, guerreiros nômades que pilhavam
aldeias e capturavam os seus moradores para serem vendidos aos portugueses. Com a situação
se tornando cada vez pior para Ndongo, veio a primeira ação de destaque de
Njinga. Em 1622 ela negociou com Dom João Correia De Sousa, vice-rei de
Portugal o estabelecimento de paz. Durante as negociações, o vice-rei estava
num trono e para ela só havia um tapete. Ela manda que uma de suas ajudantes
fique de 4 para servir de cadeira, impondo respeito aos portugueses. Além da
paz, ela garantiu a soberania do que restava de Ndongo, sem ter que pagar uma
cota de 12 mil negros anuais. Em 1623 ela se converteu ao catolicismo e recebeu
o nome de Dona Ana de Sousa. Já em 1624, seu irmão Ngola Mbande, rei do Ndongo
morreu e ela assumiu o seu lugar.
Representação
de Njinga feita por Achille Devéria em 1830. Fonte: Wikipédia.
Com a troca do
vice-rei as agressões recomeçaram. Ela participou tanto no planejamento quanto
presencialmente de algumas batalhas. Entre 1641 e 1648 fez uma aliança com os
holandeses para recuperar o seu poder. Em 1657, com mais de 70 anos, consegue
um acordo de paz com os portugueses, ratificado pelo próprio rei D. Pedro VI.
Referência
MASIONI, Pat;
SERBIN, Sylvia; JOUBEAUD, Edouard; et. al. Njinga a Mbande, rainha de Ndongo e
Matamba. Série UNESCO Mulheres na
história de África. UNESCO: Paris, 2014.
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