terça-feira, 30 de junho de 2020

Njinga a Mbande (1581-1663) - Rainha do Ndongo e do Matamba


Paulo Dias de Novais foi o 1º português a chegar na região, junto com comerciantes e jesuítas, alegando querer estabelecer laços comerciais com o reino de Ndongo. Ele recebeu autorização do avô de Njinga para ficar no reino. Ele percebeu a organização do local, além do domínio de técnicas agrícolas, de metalurgia e de criação de gado. Também se envolviam no comércio. 5 anos depois ele voltou para Portugal prometendo trazer tropas para combater uma tribo rival.

Em 1575 ele voltou com tropas, mas não para ajudar, mas sim conquistar. A invasão é bem sucedida. O litoral passa para o comando português e é fundada a cidade de Luanda. Muitos habitantes de Ndongo fogem para o interior e os portugueses vão atrás.

Alguns anos depois, ainda em cenário de guerra, nasceu Njinga. Ela aprendeu a ler e escrever com missionários e teve um filho assassinado pelo próprio irmão, temeroso de perder o poder.

Enquanto isso, os portugueses se aliaram aos Mbalangas, guerreiros nômades que pilhavam aldeias e capturavam os seus moradores para serem vendidos aos portugueses. Com a situação se tornando cada vez pior para Ndongo, veio a primeira ação de destaque de Njinga. Em 1622 ela negociou com Dom João Correia De Sousa, vice-rei de Portugal o estabelecimento de paz. Durante as negociações, o vice-rei estava num trono e para ela só havia um tapete. Ela manda que uma de suas ajudantes fique de 4 para servir de cadeira, impondo respeito aos portugueses. Além da paz, ela garantiu a soberania do que restava de Ndongo, sem ter que pagar uma cota de 12 mil negros anuais. Em 1623 ela se converteu ao catolicismo e recebeu o nome de Dona Ana de Sousa. Já em 1624, seu irmão Ngola Mbande, rei do Ndongo morreu e ela assumiu o seu lugar.

Representação de Njinga feita por Achille Devéria em 1830. Fonte: Wikipédia.

Com a troca do vice-rei as agressões recomeçaram. Ela participou tanto no planejamento quanto presencialmente de algumas batalhas. Entre 1641 e 1648 fez uma aliança com os holandeses para recuperar o seu poder. Em 1657, com mais de 70 anos, consegue um acordo de paz com os portugueses, ratificado pelo próprio rei D. Pedro VI.



Referência

MASIONI, Pat; SERBIN, Sylvia; JOUBEAUD, Edouard; et. al. Njinga a Mbande, rainha de Ndongo e Matamba. Série UNESCO Mulheres na história de África. UNESCO: Paris, 2014.

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