quarta-feira, 10 de junho de 2020

Resumo do livro: "Mídia: propaganda política e manipulação." de Noam Chomsky


CHOMSKY, Noam. Mídia: propaganda política e manipulação. Martins Fontes: São Paulo, 2014. Tradução Fernando Santos.
- Para a manipulação dar certo é necessário apoio do Estado, empresariado e mesmo que poucos, de intelectuais.
- Tanto para a direita liberal, quanto para leninistas, há uma crença de que a sociedade deve ser guiada por uma elite intelectual capaz de criar consensos. Para eles, democracia real é uma democracia controlada.
- O “rebanho desorientado” de acordo com Walter Lippman deveria ser guiado para duas coisas: ser expectador das grandes decisões e legitimá-las  através de eleições regulares.
- Com um maior grau de liberalidade, principalmente no Ocidente, tornou-se necessário outras formas de persuasão além da força. A propaganda entra aí.
- As Relações Públicas surgiram nos EUA no início do século XX para convencer o povo da necessidade do país entrar na I Guerra e depois para criar o “perigo vermelho”. Depois o empresariado a abraçou.
- Uma das coisas que as elites abominam é a união popular. Com sucessivas vitórias dos trabalhadores na gestão Roosevelt (1933-1945) os empresários criam novas estratégias para desagregação. A “Fórmula do Vale Mohawk é um exemplo. Tudo começou na Pensilvânia em 1937 quando trabalhadores organizavam uma greve e ao invés de pagar capangas para agredi-los, os empresários decidiram lançar uma campanha de criminalização  do movimento, acusando-os de desordeiros, desagregadores, violadores da paz, social, etc.
- O RP deve criar slogans bem genéricos, que não digam nada, mas mobilizem como “apoiem as nossas tropas”. Na verdade, ao se concordar com isso, você concorda com o status quo.
- Criar distrações como programas de TV e ameaças inexistentes mantém o “rebanho desorientado” no seu devido lugar, ou seja, sem fazer nada.
- A auto verdade, o controle da educação básica das universidades são outras estratégias importantes.
- A naturalização da violência também é um caminho.
- Criar inimigos também é um bom desvio de foco. Nos EUA por décadas foram os soviéticos. Com a derrocada do regime a partir dos anos 1980 surgiram outros como narcotraficantes, terroristas árabes e imigrantes.
- Usar dois pesos e duas medidas também. Por exemplo, os EUA fecharem os olhos (e inclusive apoiar materialmente) atrocidades cometidas por israelenses, destruir o Afeganistão, mesmo eles cogitando negociar a entrega de terroristas ou bombardear a Nicarágua com a desculpa de combate ao terrorismo está OK. Agora o 11 de setembro ou qualquer outro ataque em solo americano é terrorismo de deve ser revidado.

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